
“No universo há bilhões de galáxias, e em nossa galáxia há bilhões de planetas, mas temos uma só Terra”. Essa frase retirada do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) sintetiza bem a ideia de celebrar hoje, dia 5 de junho, o dia mundial do meio ambiente. A data foi instituída em 1974, na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano. Desde sua primeira consagração até hoje, podemos afirmar que os esforços para cuidar da casa em que moramos não foram suficientes para reverter o estrago que tem sido feito desde o avanço e ascensão do capitalismo moderno.
O meio ambiente sofre hoje uma devastação tripla: aquecimento global, perda da biodiversidade e poluição, que pouco a pouco estão deixando as condições de vida na terra cada vez mais inóspitas. O secretário geral da ONU, António Guterres afirmou que estamos em uma estrada pro inferno climático com o pé no acelerador. Não há muito o que ser comemorado nesta data, mas temos que usá-la para refletir sobre o que estamos vivendo.
Enquanto isso, o planeta vem mostrando suas respostas, cada vez mais perigosas e mortais das ações antropocênicas. Dados da Organização Meteorológica Mundial afirmam que em 2023 as chances da temperatura global média aumentar 1,5 graus celsius são 50%, porcentagem que não passava de 10% em 2021.
É preciso uma ruptura imediata do modo de vida que conhecemos hoje para que possamos evitar o colapso. Até agora, só temos soluções paliativas e reuniões diplomáticas que falam mais do que fazem. Nesse dia do meio ambiente, diante do desmatamento que não cessa, da poluição sem fim e da falta de vontade de mudança, cabe a nós nos preocuparmos e pressionarmos os responsáveis.
Pois estamos à beira de uma tragédia anunciada, e não precisamos esperar muito para ver seus efeitos. Já acontecem deslizamentos de terra, inundações, proliferação de pragas, desequilíbrio da fauna e da flora, derretimento das calotas polares. Segundo o político estadunidense Robert Ingersoll: “Não há nada no mundo, nem recompensa, nem castigo, o que há são consequências.”