
Segundo o Project Management Institute (PMI), a área de projetos atualmente é alvo de investimentos de 20% do PIB (Produto Interno Bruto) mundial, ou seja, 30 trilhões de dólares são aplicados ao redor do mundo para criar soluções e resultados. Entre as organizações da sociedade civil sem fins lucrativos, os conceitos e ferramentas da gestão de projetos têm contribuído para profissionalizar a atuação, as entregas e o legado dos projetos. Nosso objetivo com esse artigo é compartilhar informações importantes para organizações que pretendem qualificar ainda mais a sua atuação na área de projetos socioambientais.
Primeiramente, precisamos definir melhor o que é um projeto. Segundo o ‘Project Management Body of Knowledge’ (PMBOK 7 edição), um dos principais guias de Gestão de Projetos, diz que: "projeto é um esforço temporário empreendido para criar um produto, serviço ou resultado único.”. Ou seja, todo projeto tem data para iniciar e terminar, mesmo que dure anos. Mas atenção, não confunda projeto com programas (veremos mais sobre isso nos próximos artigos). Cada projeto necessita ser único e específico, e nasce diante de uma demanda, de uma percepção de um problema que deve ser tratado. Mais ainda, o projeto precisa gerar valor tanto para a organização quanto para as partes interessadas (stakeholders). No caso das organizações que atuam com projetos socioambientais o valor pode ser considerado como legado.
Dica: sempre que elaborar um projeto reflita: qual o legado que o projeto deixará?
Lembre-se o legado precisa ser sustentável no sentido amplo do conceito.
Agora que você entendeu o que é o conceito de projetos, vamos elencar cinco fases presentes em todo projeto:
Iniciação: primeira etapa que consiste em analisar o contexto em que o projeto se insere, definir o objetivo geral e os objetivos específicos, estimar os custos de forma geral e elencar as potenciais parcerias para execução do projeto;
Planejamento: nesta etapa é realizado o detalhamento das atividades que serão desenvolvidas, assim como o detalhamento dos custos e do cronograma. Nesta etapa também é definido o plano de comunicação do projeto (incluindo o plano de comunicação para os stakeholders) e, também, mapear os riscos e qualificar as entregas previstas. Esta etapa é conhecida como a definição do escopo do projeto e precisa estar alinhado com a expectativa do patrocinador (aquele que solicitou o projeto);
Execução: nesta etapa todo o planejamento é colocado em execução. Importante se atentar que a execução deverá seguir o planejamento realizado anteriormente. Qualquer mudança no escopo do projeto deve ser comunicado ao patrocinador com antecedência;
Monitoramento e controle: esta etapa é fundamental para garantir que o cronograma, os custos financeiros e as entregas estão sendo cumpridos conforme definido no planejamento. Um dos atributos mais importantes nessa fase é a garantia da entrega (resultado) com qualidade e da geração de legado;
Encerramento: esta é a última etapa do projeto onde são elencadas todas as entregas, os relatórios finais tanto financeiro quanto técnico, além de produzir o relatório de lições aprendidas do projeto (relato sobre os principais desafios e oportunidades durante a realização do projeto). É nesta fase que acontece a desmobilização dos recursos.
Deu para perceber que são vários os conceitos que precisam fazer parte da cultura da organização para um gerenciamento de projetos profissional. Como o próprio conceito de projetos diz, todo projeto é único. Aqui trouxemos um artigo com o básico para você conhecer alguns conceitos e iniciar a sua jornada para realizar a gestão de projetos socioambientais com qualidade.
Nos próximos artigos iremos trazer novos conceitos e aprofundar outros.
Espero que tenham gostado. E que essa pequena introdução contribua para a sua prática e de sua organização.
Até a próxima.
Dicas de livros para você conhecer mais sobre gestão de projetos:
Marques, Jamile et al. Gestão de projetos socioambientais na prática: conceitos, ferramentas e casos de sucessos, 1 ed. Brasport. Rio de Janeiro, 2022.