top of page

Reforma na Capatazia: uma melhor infraestrutura para os pescadores

A comunidade do Siqueira, em Cabo Frio, é uma das regiões contempladas pelo projeto ‘Uso Sustentável dos Sistemas Lagunares’ (USSL), que é uma parceria com a Petrobras. Está presente em seu entorno uma importante comunidade de pescadores artesanais, que tiram da lagoa seu sustento e se organizam na Capatazia, com uma importante infraestrutura, que faz parte do cenário daqueles que passam na orla.


Ela é essencial não só para a região, mas para os pescadores, pois é um local voltado para a mobilização e diálogos entre os atuantes. A estrutura situada na Lagoa do Siqueira abriga uma das mais volumosas colônias de pescadores da Região dos Lagos, pois reúne Cabo Frio e São Pedro da Aldeia. Segundo Seu Eli, pescador de 75 anos e morador da região, a Capatazia é onde cada pescador e pescadora pode recorrer de serviços e direitos, como aposentadoria e documentação: “Qualquer esclarecimento, o pescador encontra a resposta dentro da colônia, que é sua parceira e amiga”. Recentemente, a Capatazia foi submetida a uma obra para revitalização do espaço. Essa mobilização é uma das ações previstas pelo Projeto USSL, que por meio da parceria entre a Petrobras, com a Colônia Z-4, com as universidades UFF e UFRRJ e a Cardume Socioambiental, permitiu o envio de recursos para que essa obra fosse possível. Essa medida possibilita uma melhor infraestrutura para os pescadores, que vai durar por muitos anos. A reforma é importante, pois consolida não só um ponto administrativo, mas sim um local próprio dos trabalhadores para mobilização, reuniões, que ajudam a manter a organização coletiva ativa e funcionando. Também se tornará um espaço de palestras, cursos, e todo serviço inerente à Praia do Siqueira será tratado lá.


A nova infraestrutura contará também como um museu da pesca lagunar, cujo acervo terá redes de algodão, lampiões, balanças e outros materiais antigos usados. O museu serve não só para expor como a pesca era realizada no passado, mas sim para exaltar a memória de uma prática tradicional muito antiga. Uma comunidade sem memória e que esquece seu passado, está fadada a não ter exemplos e pilares para um futuro. Se a história é morta, não há como ir para a frente.


Por enquanto, o acervo conta com materiais do Seu Eli, que incentiva os pescadores a contribuírem com o museu. A revitalização da Praia do Siqueira é uma maneira de emancipar as potencialidades da região, e evocar a resistência da localidade, e da pesca artesanal lagunar, que apesar das dificuldades, sobrevive.


Texto por Flávia Sasek, David Iabrudi e Letícia Souza

bottom of page